Meu madrigal de madrugada
(orquestra de cordas, flauta, piano e harpa)
Partindo de uma “canção das desfolhadas” de Nevogilde, material este de um cancioneiro minhoto, cheguei ao título “meu madrigal de madrugada” retirado do poema “As palavras das Cantigas” de Ary dos Santos. Longo caminho este para chegar a um título! No entanto esta obra foi feita por mim em cerca de duas semanas. Naturalmente trata-se de uma recriação total do conceito musical da “canção das desfolhadas” não se tratando pois assim de uma orquestração nem algo de género, arranjos ou afins. A melodia original da “canção das desfolhadas”, quanto citada, aparece sempre sob as mais variadas formas, nomeadamente, com uma total fragmentação (recorrendo à técnica klangenfarbenmelodie), com mudanças de métrica, mudanças de registo, com velocidades diferentes, com transposições intervalares do tema original, etc.
Paulo Bastos, julho de 2012