António Pinho Vargas nasceu em Vila Nova de Gaia (1951). Licenciou-se em Historia pela Faculdade de Letras do Porto. Completou o Curso Superior de Piano no Conservatório do Porto e diplomou-se em Composição no Conservatório de Roterdão (1990) onde estudou 3 anos com o compositor Klaas de Vries, como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian. Frequentou cursos de Nunes, Cage e Andriessen e seminários de composição com Ligeti na Hungria (1991) e Donatoni em Itália (1992). Condecorado pelo Presidente de Republica Portuguesa com a Comenda da Ordem do Infante D. Henrique, em 1995.
Foi professor de Composição na Escola Superior de Música de Lisboa (1991-2005). Desempenhou as funções de consultor na Fundação de Serralves, (1994-2000) e no Centro Cultural de Belém, (1996-1998).
Ligado ao jazz vários anos, gravou sete discos com dezenas de composições originais e tocou em muitos países da Europa e nos EUA, com músicos como Kenny Wheeler, Steve Potts, Paolo Fresu, Arild Andersen e Jon Christensen. Com o seu grupo de jazz apresentou-se em muitos países da Europa, em África e nos Estados Unidos. Recebeu por trÍs vezes o Prémio de Imprensa Sete de Ouro para o melhor disco instrumental do ano. Compôs também música para teatro e cinema, nomeadamente para os filmes de João Botelho: Tempos Difíceis (1988) Aqui na Terra (1993) Quem és tu? (2001) e de José Fonseca e Costa, Cinco Dias, Cinco Noites (1996) e O Fascínio (2003) recebendo duas vezes o prémio da melhor música em festivais de cinema.
Sobretudo a partir da sua estada na Holanda, António Pinho Vargas tem-se dedicado principalmente à música contemporânea, ocupando lugar de relevo no actual panorama português.
Algumas das suas obras foram executadas em França, Alemanha, Holanda, Bélgica, Suécia, Espanha, Brasil, Inglaterra, Polónia, Hungria, e EUA. A sua obra inclui composições para música de câmara e instrumentos solo, como Mirrors para piano, (Amesterdão, 1990), Paul Prenen, Ronald Brautigam, Madalena Soveral, Tania Achot, Gloria Chen-Chocran, Volker Banfield, Miguel Henriques, entre outros), Monodia (Artis Quartet de Viena, Arditti Quartet, The Smith Quartet) Três Versos de Caeiro (Ensemble Nuova Sincronia, Northern Sinfonia, OrchestrUtopica, Remix Ensemble); composições para orquestra: Acting Out, (dir. António Saiote, J.Ramon Encinar e Martin André), A Impaciência de Mahler, (dir. Michael Zilm e Martin André); para coro e orquestra a oratória Judas secundum Lucam, Joannem, Matthaeum et Marco, (dir. Fernando Eldoro); as Óperas Édipo, Tragédia de Sabere Os Dias Levantados (dir. João Paulo Santos).
Entre as obras mais recentes contam-se Six Portraits of Pain (2005) para violoncelo e grande ensemble – Anssi Karttunen, violoncelo e Remix Ensemble (Franck Ollu); Graffiti [just forms] (2006) pela OSP (Lothar Königs) e a opera de câmara A little madness in the spring (2006) estreada na Casa da Música (Franck Ollu).
Participou no Festival Other Minds V em S.Francisco, EUA, (1999); no International Music Theatre Workshop na Oper-am-Rhein, em Dusseldorf, com a apresentação vídeo de Os Dias Levantados (1999) e obteve uma Bolsa da Fundação Rockefeller para uma estadia no Bellagio Study and Conference Center, em Itália (2001).
Foram editados os CD Monodia, Versos e Os Dias Levantados, e diversas obras incluídas em gravações do Arditti Quartet, (Etcetera), The Galliard Ensemble, The Scotish Brass Ensemble ( DeuxElles) e em discos da editora Numérica. O seu livro Sobre Música, publicado pela Afrontamento em 2002, reúne textos e ensaios.
As suas obras têm sido encomendadas por instituições como Fundação Calouste Gulbenkian, Culturgest, Lisboa 94, Expo 98, Comissão dos Descobrimentos, Teatro Nacional de São Carlos, Porto 2001, Casa da Música e vários Festivais de Música.
http://www.antoniopinhovargas.com
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