Dodekathlon
concerto para Tuba solo e ensemble de metais graves
[trbn.-alto / 4 trbns.-tenores / eufónio / 3 trbns.-baixos / trbn.-contrabaixo]
dur. aprox.: 21 min.
Partes de orquestra em regime de aluguer.
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Sugerida pelo grande virtuoso português da tuba Sérgio Carolino, a quem de resto é dedicada, Dodekathlon inspira-se no mito grego dos Doze Trabalhos de Héracles (ou Hércules, como é mais conhecido no mundo ocidental pós-Romano), o grande herói da Grécia Antiga. A tuba solo representa aqui, obviamente, o hercúleo herói, ao passo que o ensemble que acompanha personifica, em certa medida, o chorus coletivo da tradição clássica grega na arte dramática (teatro). Trata-se de um concerto concebido num único andamento, mas dividido em catorze secções claramente reconhecíveis, correspondendo a uma introdução (Intrada), os doze trabalhos propriamente ditos, e um Epilogo final.
Os Doze Trabalhos, cuja ordem exata varia consoante a fonte consultada, são:
1. Estrangular o leão de Neméia (aqui simbolizado por música agressiva)
2. Matar a Hidra de nove cabeças de Lerna (figurativamente representado por sequências de acordes de nove sons)
3. Capturar a corça dourada de Cerinéia (a corça aqui representada pelo eufónio, o único instrumento do ensemble que não é da família do trombone)
4. Capturar o javali de Erimanto (música pesante)
5. Limpar os estábulos do rei Aúgias (música nobre e pomposa)
6. Matar as perigosas aves do lago Estínfalo (música misteriosa e volúvel)
7. Capturar o touro de Creta (música feroz)
8. Roubar as éguas de Diómedes (música contemplativa)
9. Apoderar-se do cinturão mágico de Hipólita, a rainha das Amazons (música fantástica)
10. Apoderar-se do gado do monstro Gerião (música poderosa e de bravura)
11. Roubar as maçãs douradas das Hespérides (música mística)
12. Capturar Cérbero, o cão de três cabeças guardião do mundo dos mortos (inicialmente música nervosa/feroz, e no final música vitoriosa)
Não obstante estas linhas orientadoras, a minha música não é, de forma nenhuma, descritiva, apesar de certamente figurativa. Tentei capturar o espírito das sucessivas tarefas com que Héracles/Hércules se deparou mais do que descrevê-las propriamente, e nesse sentido esta é também, pode considerar-se, música abstrata. É minha profunda convicção que, mesmo quando influenciada por aspetos extra-musicais, a Música deve bastar-se a si própria como obra de arte. Na procura desse meu objetivo, apenas posso desejar que os ouvintes tenham tanto prazer a ouvir a minha música como tive eu a criá-la.
Uma palavra final de profundo apreço ao Sérgio Carolino, quer pelo seu apoio ao meu trabalho, quer pela amizade de longa data.
Luís Carvalho
Março 2012