Iniciando o Trombone
PREFÁCIO
É com grande prazer que escrevo o prefacio deste método “Iniciando o Trombone”.
Finalmente… a edição deste método, permitirá aos alunos, realizarem o sonho de tocarem um dos instrumentos mais bonitos do mundo – O Trombone! com melodias tradicionais portuguesas.
É importante que os alunos comecem a cantar melodias que já conheçam. Tanto o professor como o aluno e até os encarregados de educação, podem cantá-las. Quem não cantou já as “As Pombinhas da Catrina”, “Atirei o Pau ao Gato”, “O Balão do João” e até os “Parabéns a você”. Dá-se assim, ao início de uma relação de cumplicidade e ajuda muito importante para o ensino aprendizagem do instrumento.
A edição deste método, reflete, por um lado, o gosto e o fascínio do Ricardo pela composição e pelo ensino do instrumento, por outro, a consciência da falta de recursos que nos ofereça tanto aos professores, alunos e encarregados de educação, a possibilidade de desenvolverem um trabalho conjunto em direção a uma sólida formação técnica e musical e motivadora.
A organização deste método, assenta na apresentação de melodias tradicionais portuguesas com acompanhamento de piano e faixas musicais de uma forma fácil, motivadora e atraente. Assim, esta ferramenta, permitirá ao aluno realizar o seu estudo diário em casa com play along e ainda preparar as suas audições escolares com o acompanhamento de piano. O grau de dificuldade é apresentado de forma gradual. Introduzem-se progressivamente diferentes figuras musicais, compassos, ligaduras, sinais de repetição, dinâmicas, etc. Encontramos caixas de texto ao longo do método com informações que ajudaram o aluno a focar-se no seu estudo diário.
Este método será sem dúvida uma ferramenta útil para que de forma confortável e atraente os alunos se sintam motivados e tenham prazer em estudar um dos instrumentos mais bonitos do mundo.
Bom trabalho
Estudar todos os dias.
Zeferino Pinto
Professor de Trombone no Conservatório de Música Calouste Gulbenkian de Braga
Antes de mais, agradeço o convite que me foi dirigido pelo Ricardo Pereira para que escreva este prefácio ao seu método de iniciação ao estudo do trombone. Quem conhece o Ricardo sabe do seu talento enquanto trombonista e que grande parte da sua magnífica evolução vem sobretudo de uma reflexão crítica e profunda sobre o funcionamento de toda a técnica do instrumento, sobre o funcionamento do corpo e da mente na performance musical e na importância do apoio familiar como um dos factores motivacionais mais importantes no desenvolvimento de um jovem músico, tudo isto aliado a uma grande paixão pela música e uma enorme vontade de superação. Assim se compreende que, neste método, nenhum destes aspectos deixasse de estar salvaguardado.
Uma das grandes inovações que propõe é, a meu ver, a sequencialidade, progressividade e forma como são introduzidos os conteúdos teóricos e técnicos. Uma das dificuldades inerentes ao ensino do trombone é que, apesar de ser um instrumento não transpositor, está construído para que a sua primeira fundamental seja o Sib. Daí que a maioria dos métodos de iniciação ao trombone comecem por introduzir conceitos como o bemol e a desenvolver a técnica do instrumento a partir dessas tonicidades, o que nem sempre é de fácil compreensão pois obriga a um salto na sequencialidade da aprendizagem da teoria musical e obriga a um raciocínio abstrato para o qual muitas vezes as crianças não estão ainda devidamente preparadas. De uma forma muito inteligente o Ricardo consegue introduzir primeiramente notas naturais, desenvolvendo em primeiro lugar a tonalidade de Dó Maior, permitindo ao jovem trombonista aprender de uma forma muito mais enquadrada com os conteúdos da sua Formação Musical. Além disso, todos os conceitos da agógica musical são devidamente introduzidos na aprendizagem do aluno e experienciados musicalmente, através de canções do Cancioneiro Português acompanhadas por Play Along ou pelo acompanhamento ao Piano. Essa é também uma mais valia para a motivação dos alunos em vários aspectos. Em primeiro lugar porque, pelo facto de serem canções portuguesas, além de recuperarem a tradição musical portuguesa, serão conhecidas dos familiares dos jovens alunos e isso poderá ser um reforço na motivação dos alunos através do envolvimento familiar, importantíssimo para um desenvolvimento saudável do gosto pelo estudo da música. Por outro lado, o facto de terem um acompanhamento musical gravado, motivará os jovens instrumentistas a terem um estudo em casa mais regular, orientado e lúdico. Em terceiro lugar, o acompanhamento com piano permitirá que se apresentem em audições, acompanhados pelo seu pianista. Por todas estas razões, acredito que este método possa ser uma útil ferramenta de trabalho para todos os professores de trombone que ensinem jovens trombonistas na sua primeira abordagem ao instrumento.
Acerca do Ricardo, apenas desejo que continue a ser o inconformado que é na procura da alternativa e da qualidade, inspirando aqueles que, como eu, contactam consigo.
Joaquim Oliveira
Professor de Trombone no Conservatório de Música do Porto