Partes de orquestra em regime de aluguer.
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01 - Adagio - Allegro Molto
02 - Andante
03 - Allegro Vivace
30' 00\"
Instrumentação
Sopros |
3 Flauta, 2 Oboé, Corne inglês, 2 Clarinete, Clarinete baixo, 2 Fagote, 4 Trompa, 3 Trompete, 3 Trombone, Tuba |
Cordas (dedilh./fricc.) |
~ Primeiros violinos, ~ Segundos violinos, ~ Viola, ~ Violoncelo, ~ Contrabaixo |
Não Especificados |
Tímpanos |
A tendência para um «novo classicismo» veio a traduzir-se, a partir dos anos 20, na rejeição do «ópio impressionista» e no culto da objectividade racional e da clareza formal, que Freitas Branco associava ao espírito latino e de que as quatro sinfonias são as traves mestras. A 1.ª sinfonia surgiu depois de um certo interregno na actividade de Luís de Freitas Branco como compositor, em virtude do cargo de director do Conservatório Nacional que ocupou entre 1919 e 1924. Esse foi o período em que operou com Viana da Mota a histórica reforma daquela instituição (neutralizada pelo Estado Novo nos anos 30), que englobou medidas como a adopção exclusiva do solfejo entoado, a criação de cadeiras de cultura geral e a inclusão da classe de Ciências Musicais, dividida em Acústica, História da Música e Estética Musical, que o próprio Freitas Branco passou a leccionar e à qual dedicou obras teóricas, entre elas um Tratado de Harmonia. Incluiem-se entre os seus discípulos António Fragoso, Armando José Fernandes, Fernando Lopes-Graça e especialmente Joly Braga Santos.
As quatro sinfonias, escritas entre 1924 e 1952, fazem a conjugação de um neoclassicismo beethoveniano com coordenadas do modernismo e são parte fulcral da plena maturidade de Freitas Branco. Nenhum compositor exerceu tanto fascínio sobre Luís de Freitas Branco como Beethoven, ao qual dedicou dois livros publicados na Biblioteca Cosmos. Tal devoção pelo mestre de Bona é atípica num período histórico em que o culto beethoveniano foi ostensivamente posto em causa pelas vanguardas musicais.
Nas quatro sinfonias, a concepção cíclica é herdada via César Franck, mas o combate dialéctico entre forças antagónicas espelha aquilo que Freitas Branco encarava como a maior conquista de Beethoven: a concepção bitemática, germe de todas as lutas num mundo em perpétuo devir. É disso exemplo o contraste entre os dois temas da raiz cíclica, na 1.ª sinfonia: a um uníssono de violoncelos e contrabaixos “contaminado” de atonalidade, responde o segundo motivo, um lamento descendente dos violinos cujo cromatismo tem um remate modal e conciliador.