Quatro Canções sobre a Ilusão
Para Soprano e Piano
Texto baseado na “A Natureza Morta” de
Paulo José Miranda
I. Luz e Morte (Dur. aprox.: 3 minutos)
\"De repente,[…] uma manhã que nos ilude. Confunde-se a luz do dia com […] a esperança. E um
piano soa da janela de uma casa, o fumo dos sons sobe ao telhado, aí, onde a morte visitou o homem do violino. Por vezes, temos a morte tão perto que tocamos […] para não a escutar, como se me escondesse por detrás da razão.“
II. Inverno e Amor (Dur. aprox.: 3 minutos)
“Está mais frio, mas está mais sol. É um dia magro de Inverno, quase Outono, quase belo. Ontem, nada faria prever este respirar leve, de novo o amor. Sorria sozinho por entre as colcheias. Um disparate enorme deixar-se levar assim pelo entusiasmo.”
III. Senza (Dur. aprox.: 2 minutos)
“[…] tantas vezes me agarrei ao piano somente para sentir ternura. A maioria das vezes nem há música, só uma espécie de sentimento. (…) As notas não ecoam com um sentido determinado, saltase de pensamento em pensamento, mas sente-se apenas a nossa própria voz incoerente, falha de harmonia com a vida. Nada para ser levado a sério. (…)”
IV. Pensamento e Ilusão (Dur. aprox.: 3 minutos)
“(…) o pensamento precisa de viver de alguma coisa, e não será […] dele mesmo. O pensamento vive [sem] ternura. (…)[E] a vida suporta (…) ternura. Mas há manhãs que nos iludem. Sei que só a ilusão alimenta a vida. É preciso fazer funcionar o piano, o mundo. “
in “A Natureza Morta” (1998) de Paulo José Miranda
(Duração total aprox.: 10-11 minutos)