Esta peça foi composta para Marco Peciarolo, o vencedor do #MatosinhosChallenge realizado em maio de 2020.
Foi escrita para uma Tuba Wagneriana Tenor em Si♭, com uma adaptação opcional para uma trompa em Fá.
Estes instrumentos possuem características distintas, tornando necessárias variações de oitava (ossias) para as
notas na no registo inferior da trompa, que embora sejam possíveis de executar acarretam uma dificuldade extra
quando comparadas com a sua execução numa tuba wagneriana. Além disso, algumas partes vocais que
envolvem multifónicos são opcionais, dependendo da tessitura vocal do intérprete. Se certos elementos vocais
não estiverem de acordo com a tessitura vocal do intérprete, podem ser ajustados ou omitidos.
Para manter a atmosfera blues ao longo da peça, o intérprete pode selecionar notas específicas para criar
diferentes efeitos. Por exemplo, o sub-tone, uma técnica frequentemente usada no jazz, pode ser alcançado ao
abrir ligeiramente a abertura dos lábios para produzir um som arejado, mantendo a altura de sons. Outras
técnicas, como ataques de ar, acentuações resultantes da abertura abrupta da embocadura e falls, também
podem ser utilizadas, com um constante foco na expressão musical.
No compasso 10, a intenção é ornamentar usando os sons graus conjuntos superiores, mantendo a mesma
dedilhação sem se focar no som. Além disso, para garantir uma atuação fluente consistente com o estilo blues e
evitar interrupções causadas pelo rápido movimento dos dedos, são fornecidas algumas sugestões de
dedilhações. Por exemplo, no início da peça, Dó#-Ré pode ser tocado usando 2•3-3, e essa dedilhação também
pode ser aplicada às notas Sol#-Lá. No entanto, algumas passagens requerem dedilhações específicas para
efeitos de articulação, como evidenciado nos cp. 34-35 e 42.
É importante observar as diferentes posições das cabeças das notas, indicando onde a mão direita deve ser
posicionada ao tocar esta peça numa Tuba Wagneriana, especialmente durante os efeitos percussivos. No caso da
trompa, uma vez que o bocal está distante da extremidade da campânula, os intérpretes devem usar qualquer
tubo do instrumento para produzir o efeito rítmico. Alternativamente, podem ser usados estalidos dos dedos ou
outros métodos. O principal objetivo é envolver e contagiar os ouvintes, incentivando-os a acompanhar. No cp. 45,
para os trompistas, é mais eficaz realizar o efeito no interior da campânula da trompa.
No final da peça, inclui-se uma citação de R. Strauss com uma sensação de blues, seguida por uma improvisação
a ser cantada em qualquer oitava, utilizando as notas da escala de blues em Fá.
Divirta-se!
Ricardo Matosinhos