ÁLVARO Augusto CABRAL da Cunha Godolfim de Maia Figueiredo, Actor e Autor, nasceu em Vila Nova de Gaia, a 22-06-1865, e faleceu no Porto, a 22-10-1918. Aluno nº 826 da Casa Pia de Lisboa desde 03-10-1874 a 22-06-1881 (3ª numeração).
Tendo-se estreado como Actor no Teatro da Rua dos Condes, de Lisboa, na noite de 18-03-1890 na revista Tim-Tim por Tim-Tim. Depois de fazer parte durante muitos anos da Companhia Rosas & Brasão, passou para a Empresa Luiz Galhardo, desempenhando então primeiros papéis em mágicas, operetas e revistas. Como autor teve os seus melhores êxitos com as revistas Peço a Palavra, escrita de colaboração com João Bastos, e Santo António de Lisboa, com Penha Coutinho.
Álvaro Cabral, um boémio bom conversador e espirituoso, foi, também o autor da célebre balada de Coimbra “Samaritana”, gravado, pela primeira vez, em 1928, no Porto, por Edmundo Bettencourt, acompanhado à guitarra por Artur Paredes e Albano de Noronha e, à viola por Mário Faria da Fonseca (discos Columbia 8121 e Columbia, GL 102, master P. 301). Na reedição deste disco (Columbia, GL 102, etiqueta verde) figura erradamente, por gralha ou ignorância, o nome de Álvaro Leal como autor do fado, erro que se generalizou e se transformou num verdadeiro “erro sistemático” da discografia coimbrã. Faleceu no Hospital do Bonfim, do Porto, sendo nessa altura primeiro Actor e Director de cena da Companhia Luiz Ruas, que trabalhava no Teatro Nacional daquela mesma cidade. A última peça que representou foi a revista Papagaio Real.
É autor de: Visão Santa (Lisboa, 1904); Cançoneta Estapafúrdia original (Lisboa, 1906); Coplas da Opereta Viúva Alegre (Lisboa, 1909); Quem vem lá? (poesia, Lisboa, 1914); Baixa de Posto (poesia, Lisboa, 1916); o Tio Bernardino (cançoneta, Lisboa, 1922); Amor em Marcha (terceto s/d); Fogo de Vista (revista em dois actos, s/d); Uma teima (s/d); Um Actor célebre (monólogo, s/d). Foi ainda co-autor de: Peço a Palavra (peça teatral); Santo António de Lisboa (peça teatral).